Olha para mim. O que é que vês? Esquece, nada do que vejas é verdadeiramente real. O que sentes não é o
que sou, o que tentas derrubar não consegues sequer sentir . Sou várias personalidades que se guiam por um único culto. Sou aquilo que queres ver, sou aquilo que queres sentir, a pessoa que queres acreditar que pode ir de encontro às tuas pretensões e crenças.
Não tenho sede nem propósito. Não tenho tempo nem lugar, sou um asilo de almas perdidas que buscam o caminho para a salvação. Para que não tenham que cair a pique com a exposição ao que verdadeiramente sou.
Eu sei o meu caminho, e sei que ele não tem trilho para percorrer. Apenas vagueio por cidades destruídas e impregnadas de solidão.
Sou irreverente, sou intocável.
Sou uma muralha que não pode ser derrubada a não ser por dentro...mas para isso é preciso nascer a pessoa com a capacidade de a superar.
Sou a revolta sem voz, sou o templo dos sonhos por cumprir, e a força da resiliência de não deixar que nada me mantenha colado ao chão.
A minha única certeza é no culto da personalidade.
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Sou os teus sonhos, a tua ilusão por dias melhores, a tua esperança, sei os locais que queres conhecer, sei a pessoa que queres ser, sei o que te faz sentir livre.
Sinto a tua raiva, sinto a tua desilusão, não me peças para partilhar lágrimas. Sou capaz de armazenar os sentimentos mais carregados, mais negros e mais fortes sem ter que os partilhar. Sou um lobo solitário.
Consigo cativar com o meu uivo e visto ao longe, posso até aparentar algum fascínio e beleza, mas basta tentares chegar perto e o mais certo é não escapares ilesa.
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Sou invisível e impenetrável.
Não sou imperfeito, porque teriam q inventar uma nova palavra para mim para me distanciar ainda mais de qualquer laivo de imperfeição.
Sou uma hecatombe muitas vezes para os outros e para mim, logo o melhor é não chegarem perto.
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Sou egocêntrico,egomaníaco, sou todas as palavras bonitas que queiras utilizar para algo feio.
Sou intolerante, posso ser encantador, sou persistente, posso ser encantador ou simplesmente generoso, mas não te iludas com feches de luz...o meu coração é negro.
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Sou o caminho e a mestria da dor acumulada em cima de dor.
Sou a raiz do medo que me consome e que é capaz de assustar qualquer um que a tente entender, sou a leviandade sou a loucura genialmente inconsistente.
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Não esperes de mim nenhum prémio Nobel, nem algo de brilhante...Não esperes que possa ser lapidado ou moldado, a minha especialidade é desconstruir
Sou lúcido, vejo os sentimentos despidos e não preciso de ornamentar a realidade com classificações deturpadas.
Sou mais oportunista que a sorte ou azar, sou mais rebelde que a maré, ainda que para isso tenham que ser capazes de incendiar o meu coração.
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Sou intocável, irascível, impenetrável.
Já caí muitas vezes, já não sobram marcas para deixarem em mim... Não me conseguem fazer mais dor do que a auto infligida ou sequer arranjar um novo arranhão sequer na minha alma.
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Como disse, já caí,mas está para nascer a alma humana capaz de me deixar estendido no chão.
Eu não cedo, não procuro, não choro pelo que não terei ou pelo que tive ou pelo que tenho, eu sou a personificação de Narciso...com uma diferença, eu não sou narcisista porque eu sou melhor que ele.
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Luto contra a minha própria resiliência todos os dias e nada exercita mais os meus músculos que não podem ser trabalhados num ginásio qualquer.
Estou além do culto do corpo e da alma.
Tenta acordar o meu ego e encontrarás a força e a imprevisibilidade brutal de um comboio a descarrilar.
Sim eu sou o culpado de todas as tuas acusações.
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Nem eu sei até onde posso ir.
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Achas conhecer-me? Nem imaginas os limites que sou capaz de ultrapassar.
Esta loucura que me consome fez-me ser extremo , saltar bem longe e ao mesmo tempo adormecer os sentidos sem nunca conseguir no entanto descansar a minha mente.
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Consigo espreitar o perigo a cada esquina, a cada encontro e desencontro.
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Não gosto de parasitas, não me guio por partidos, posições generalizadas ou razoabilidade democrática.
Não acredito em nada a não ser no inacreditável e o meu único culto é...o culto da personalidade.
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Não há água suficiente no Mundo para afogar o fogo que trago dentro de mim.
Consegues mesmo ter a coragem para olhar bem fundo dos meus olhos sem desviar o olhar? Ou terás medo do que possas encontrar ou não encontrar?
Se os vires bem de perto verás que não têm fundo.
Não há nada mais assustador do que alguém que pode ferir ou magoar pela força da sua ausência ou da sua omissão.
-Sou um guerreiro sem missão, apenas me protejo de tudo o que possa constituir ameaça à minha fortaleza.
As minhas armas? Dá-me tempo de antena e a tua atenção e verás que as minhas palavras funcionarão como pequenas bombas capazes de destruir tudo e todos à sua volta.
A força da sua ausência pode derrotar a mais forte das espécies que tente desafiar e tenha a audácia de querer atravessar o muro e o que sentirá será a sabor do betão contra o qual embaterá.
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Serei invencível? Não? Um guerreiro então? Rebelde sem causa? Não sei o que é lutar por uma causa a não ser pela minha própria sobrevivência.
Caminho só e o meu único culto é o o culto da personalidade.
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Julgas que me conheces?
Julgas que sabes de onde venho e por onde passei?
De que matéria sou feito?
Então entraste na toca do lobo...o sobrevivente da era do gelo...
Pode parecer ao longe enigmático e por isso de certa forma algo belo e interessante, quase dócil...mas tenta chegar perto e verás que sairás magoada.
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Julgavas poder salvar-me? Salvar-me de quê?
As vozes e demónios que habitam em mim são os meus companheiros mais fieis.
Eles ouvem-me e sabem o que não faço e o que não sinto, mas sabem também que isto será sempre uma guerra sem fim, sem vencedores, apenas vencidos.
Não me vergarei perante nenhuma pessoa.
Ninguém terá o poder de me mudar por dentro.
Antes disso acontecer já terão saído com o coração chamuscado ao tentarem receber qualquer tipo de amor ou compaixão de minha parte.
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Não esperes de mim nada a não ser o incerto
Se queres segurança, aconselho-te a apertares bem o cinto se queres seguir nesta viagem ou então correr para bem longe.
Se queres certezas o melhor é perceberes que para isso seria preciso um mandato de captura para prenderes o meu coração... Se queres a minha alma,aconselho-te primeiro a tentares apanhar e manter cativo o vento com as tuas próprias mãos...
Vais virar as costas e ir-te embora?
O que farás quando estiveres envolvida na teia do homem sem alma? o homem deslocado da realidade e das emoções corriqueiras e banais?
Aquele não acredita na redenção ou na beleza perfeita, apenas na dor como a mais real das verdades?
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Vais tentar fugir?Vais tentar esquecer?
Tenta algo novo. Isso apenas me alimenta e fortalece as premissas pelas quais me guio, são apenas mais umas balas de borracha na minha muralha.
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É um sopro a mais para o furacão que é o culto da personalidade.
6 comentários:
Isto sim é ficção!!! Espero eu!!!lol :)
Será...?
looollll não sei!!!
E quem saberá???
Provavelmente nem o próprio autor!!:)
Só não gostei deste post porque é repleto de "pseudosismo", de um altivismo e de uma arrogância que não te (re)conheço. Aqui como a leitora Luísa, creio (quero crer) que é um delírio da tua imaginação. porque ler este texto e ler o imediatamente anterior... dá para perceber o antagonismo. Ambos escritos por ti, faces diferentes da mesma moeda :)
Achei o texto muito interessante, mórbido, cru e cruel. Mas muitíssimo 'pseudo' :D Os sentimentos 'banais' a que te referes que dizes não sentir... bem, duvido. Aposto que sentes (vide post anterior!), mas se achas que perdeste a capacidade, a minha dica será: desce do pedestal e enfrenta esses sentimentos 'banais', fugir a eles é cobardia, encará-los e deixarmo-nos levar por eles (com tudo de bom e mau que trazem) é a verdadeira valentia. Mas... tens de descer! :)
Beijinhos *
Well said dear Bruna..."Duas faces da mesma moeda...". Diria mesmo que todos temos mais do que duas faces, temos várias. Somos feitos de várias camadas, todos temos um lado mais negro, um mais luminoso para contrastar, um mais idealista, outro mais realista.
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Este tal como todos os outros textos têm sp um bocadinho de mim,do que vivi,senti,pensei, do que assisti, do que me fez pensar, do que me influencia.
Podemos criar e ser outras pessoas sem nunca deixarmo-nos totalmente de parte...podemos ir a outros locais e chegar a outros estados, tudo através destes pequenos exercícios de evasão...Isto poderia ser uma espécie de persona.
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Se não entendi o porquê de o achares "pseudo"...;)
Mas por outro lado tb disseste q o achaste interessante,o que é bom.;)
Beijinhos.
Ps- o teu blog anda a boicotar os meus comentários.:P
Eheh! Achei pseudo como acho todo os que gritam "sou tão cool, nem tu calculas, tão complexo, penso tanto sobre a minha própria existência porque ela é repleta de fascínio, coisa que tu nunca alcançarás nem entenderás"! Este grita um pouquito isso! :D
Mas sim, compreendo perfeitamente o que disseste, sobre o lado sombrio que todos (sem excepção!) temos e sobre as várias faces da moeda (qual duas, qual quê! Não passa de uma expressão, sem dúvida! :P) e sobre a espécie de Persona.
Por ter lido isso tudo o que disseste é que o achei interessante! Bastante até! :) E gosto de te ter de volta com assiduidade! :D
Kiss *
P.S. Boicotar? Como assim? Temos aceite tudo o que nos chega!
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