quarta-feira, 15 de julho de 2009
Um Mágico No Peito.
Um dia tudo acaba
Sem perceberes porquê,
Num acorde de guitarra
Vês o mundo
Mas ninguém te vê.
As sombras
Que falam,
Te ouvem
E dizem:
«Eu sou a noite».
Então sentes o frio
Duma qualquer cidade aberta,
Sabes que as ruas estão contigo,
Só o teu corpo está em parte incerta.
O vento
Que gritas,
Mais alto
Que o nome,
Que o medo de ti...
Desenhos,
Desejos,
Nos lábios,
No sangue
Duma parede qualquer.
E sobre a mesa um mar fechado,
Uma aguarela feita de luz,
Um passado nunca acabado,
E um beijo que alguém depôs.
Palavras,
Traídas,
Que fogem
E dizem:
«Não me deixes nunca».
Aqui o tempo não é tempo,
É só um chão que ninguém pisou,
Trazes um louco no pensamento
E um Verão que se eternizou..
Estradas
Que soltas
Dos olhos,
Dos mundos
Que trazes em ti...
Desenhos,
Desejos,
Nos lábios,
No sangue
Duma parede qualquer.
Há um mágico
Que não cabe nas tuas mãos,
Trá-lo no peito
Com a força do trovão.
E cada passo
É mais distante do que o que vês,
Talvez bastante,
Talvez discreto
Para mostrar quem tu és.
Mágico……
.
.
Letra e composição de Pedro Abrunhosa, dueto com Lenine na voz.
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