Hoje deixo como sugestão musical, uma música pela qual estou totalmente apaixonado que é o Lume de Mafalda Veiga.
Uma das pessoas que melhor escreve música em Portugal com a naturalidade e a sensibilidade com que as canta com a sua suave voz ao mesmo tempo que nos enfeitiça com os acordes de guitarra.
Um grande nome da música portuguesa que merecia ser mais valorizada do que já é.
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Muitas vezes penso nesta música,a sua letra vem-me á cabeça.Muitas vezes procuro este Lume na minha vida.Não esquecer.
Por vezes parece que vejo a minha vida passar, e eu estou a assistir do meu sofá como se tratasse de um mero espectador e não do actor principal. Como se os dias,fossem um simples acumular de horas e minutos, e os desejos e ambições fossem enviados para um 2º plano...
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O sítio que queríamos estar hoje, o elogio que devíamos ter feito e não fizemos, o texto que ficou por escrever, o filme que ficou por ver e o livro que ficou a meio...
Por vezes deixá mo-nos domar pelo medo...Medo da vida...A morte por vezes pode assustar-nos tanto, ou a passagem rápido do tempo, que nem nos apercebemos que ao fazê-lo,ao adiar a nossa vida constantemente aí sim não estamos vivos.
Por vezes nem notamos que isso acontece...Já nos acostumamos com o normal, com o que "pode ser" e com palavras como "eu não consigo" "eu não devo" ou "um dia farei,um dia serei"...
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Quando esse dia tem que ser o Hoje. Por vezes vivemos mais do que recordamos como algo que não se voltará a repetir,e aí adoramos repetir um odor, rever mil e uma vezes fotos, cartas, palavras, paisagens , perder-nos num tempo que nos transporte ao tempo em que o tempo efectivamente passava a correr por termos vontade de o parar nesses momentos...
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Detemo-nos nos momentos,nas pessoas, nas circunstâncias e momentos que nos fizeram querer para o relógio que marca a passagem desenfreada do tempo e esquecemo-nos de que se agora o tempo parece correr na mesma, mas de forma vagarosa e pesada, é porque tal como diz a letra "só quando dói,é devagar"
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Por isso nos momentos mais tristes,mais depressivos ou menos esperançosos em que me entrego ao nada,e o tempo é apenas um acumular de minutos vazios, e não um acumular de emoções,experiências, de tentativas,mesmo que nem todas sejam boas ou encontrem o sucesso...é nesses momentos que ecoa na minha cabeça esta letra...Não devemos perder tempo.Porque por vezes os pequenos nadas que possamos achar que não são tempo útil são a maior utilidade que podemos desfrutar do tempo que temos.
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O tempo só é perdido quando dói que ele passe por sentirmos que não estamos a fazer tudo o que podemos com ele... Quando não nos estamos a dar a alguém, quando não nos entregamos a uma causa maior que a nossa existência singela e o passar dos dias...Quando deixamos que hajam barreiras e bandeiras para nos parar ou deter, e deixamos a coragem,a paixão, o amor e a vontade de arriscar sem medos, arriscar porque queremos ganhar tempo e não perde-lo...
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O tempo ao contrário do que possa parecer,não é igual para todos. E não me refiro a quem viva 100 anos e quem viva menos...Há gente que vive com muito tempo,mas sem tempo nenhum e quando olha no final dos seus dias,vê que na verdade nunca se deu, nunca se sentiu verdadeiramente livre, nem libertou o que de mais bonito tinha dentro de si...E que de tanta protecção e tanto medo por não deixar que o tempo lhe escapasse por entre os dedos, nunca se apercebeu que na realidade o único que conseguiu foi que ele se escapasse como grãos de areia por entre as mãos de uma forma mais longa,prolongada e penosa...
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Outras pessoas em 5 anos, em horas ou numa noite ou num amanhecer, ou até num minuto que tarda a dar um beijo podem viver um século de vida, de harmonia,de explosão, de felicidade, atingir estados que alguém que rege a passagem do tempo como um acumular de horas num relógio e de dias num calendário nunca atingirá...Viva 100 anos ou mais...
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Por isso, esta música diz-me muito, espero sempre pelo dia em que solte o grito que está dentro de mim, me entregue aos abraços que a vida dá, e entre o bom e o mau, tenha a oportunidade de me sentir pleno,livre, realizado não pelo que alcancei,mas pelo que me permiti viver,sem medos e sem perder tempo...Pois afinal nessa altura, com a coragem,o amor,a paixão, as estrelas e maresia, nessa altura...o tempo passará a correr...Afinal é tão bom quando sentimos que o tempo corre,porque tudo o que estamos a viver gostaríamos que durasse o dobro do tempo,pois o que sentimos é mais do dobro do que dias e dias ou até anos que vivemos sem esse lume...
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Não percamos tempo...;) Aqui fica espero que gostem:O Lume de Mafalda Veiga.
Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
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