domingo, 9 de maio de 2010

Os melhores anos... os anos de Lua...

Pele morena, doce beijo, quarto de hotel vencido, mãos despidas, sons de viagem, mensagem que fica, num tempo que se esmaga na parede, que se embrulha no lugar da sala de teatro vazia, do mundo que adormece, dos suspiros ao anoitecer, num verão sem fim…Pedras da calçada que se soltam ao caminhar, olhos inocentes que se escondem, pés que levantam do chão à velocidade vertiginosa da montanha russa de emoções de um coração jovem que palpita. Incompreensão, inquietude idealista e rebelde…emoções que não cabem no peito, desejos de chegar, de conhecer, de saber, querer ser, muito depressa, muito rápido…Olhos no futuro, um futuro em que a novidade não queima, em que há um mar aberto de janelas…Da multidão se avista o raio de luz, aquele que nos seduz e nos desperta a alma…Não há ventos nem tempestades, tudo se passa apenas num pequeno aquário… ainda conseguimos avistar o outro lado do espelho, ainda temos noites de Lua, em que simplesmente ainda podemos ficar inertes a admirá-la, em que ela é confidente e a garante de todos os nossos sonhos concretizados mais aquelas que juramos um dia concretizar, a companhia de noites de pensamentos dispersos, noites em que a sua luz nos acompanha nos tempos de dúvida…Lua que nos encanta e nos apaixona, Lua que partilhamos e que sorri para nós, que nos aconchega, que faz com que todas as distâncias se encurtem, como uma ponte entre dois corações que palpitam quase que lado a lado, da janela vive-se o silêncio da noite da cidade, dois pequenos seres que num enorme cosmos, se encontram nesse momento, em que segredam a eternidade … Risos de furor, sorrisos de magia, acordes de guitarra que se aninham na palma da mão, a dança que se faz e desaparece na praia encantada…
Cantemos as esperanças perdidas, os amores que se apagam, luzes de presença que se retiram, arco de fogo que se perde ao respirar…a todos os adeus que se fizeram manhã, e aos que nunca se beijaram…Bem-vindos aos melhores anos das nossas vidas, ao coração dos enganos, das almas perdidas”, hoje ao tempo eu vou brindar, celebrar todas as almas que ainda se vão tocar…

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